terça-feira, 14 de setembro de 2010

Da administração, em São Saruê.

Olá pessoas!

Em época de campanha eleitoral tenho que cuidar melhor da minha/nossa Terra de São Saruê. Esse é o motivo pelo qual não tenho aparecido muito por aqui.
Nesse tempo de eleições muitos candidatos aparecem querendo me convencer de apoiá-los, que eu dê contribuições para suas campanhas. Eles não entendem que a prefeitura de São Saruê é um cargo vitalício, por merecimento, e que não dependeu de eleições diretas, mas de amor, dedicação e identificação com o lirismo desta Terra.

Sendo assim, todos os candidatos devidamente despistados, voltarei às minhas atividades aqui neste blog.

Aguardem, muitas novidades me inspiram atualmente.

Grande beijo.
A prefeita.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Twitter!

Por que eu não consigo fazer um???
Acho que minha cognição só dá conta dessa dissertação!
Filhos, hunf!

Surpresas.

Ahhh, isso aqui tá mais movimentado do que feira em dia de sábado! (momento rima).

66 pessoas passaram aqui (eu teria que me preocupar se o número fosse 666?). E eu tenho até uma seguidora, agora...
Em meio ao abandono, um grito de alma viva!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

De quando se perde uma amiga.

Aos dezesseis eu perdi uma grande amiga. . Hoje, faz exatamente dez anos do acontecido. Para mim foi uma tragédia. Um sofrimento intenso. Ela se chamava Luana e não lembro bem quando ou onde a nossa amizade começou. Éramos amigas, e isso basta.
Escrevi esse texto hoje, com o coração partido. Seria uma carta, se o céu tivesse CEP.


O calendário marcava quatro de junho do ano dois mil. Ainda lembro-me da nossa última conversa: eu falava do quanto eu queria ir à Universidade e você de como seríamos depois da Universidade. Planos interceptados por aquela curva.
Eu fui para casa e você, minha amiga, deixou um espaço em branco, um aperto no peito, uma frase reticente, uma página escrita só até a metade. Um abraço suspenso no ar, uma piada que não deu tempo de contar, a viagem que não deu tempo de fazer, a festa que não deu tempo de ir...
Hoje o calendário marca quatro de junho de dois mil e dez.
Em dez anos eu fui à Universidade, apaixonei-me pela Matemática, decidi ser professora e agora sou quase Mestre. Fui apresentada a Caio Fernando Abreu e a Jorge Luis Borges, continuei a ler a poesia de Clarice Lispector e virei fã de Chico Buarque. Vi de perto Ariano Suassuna, Lenine, Renato Braz e Dominguinhos; o Brasil ser pentacampeão mundial de futebol e o Lula chegar Lá. Ouvi Vinícius de Morais, mudei o cabelo, perdi amigos, mas ganhei outros. Abandonei os óculos de grau, viajei de avião, perdi a rotina e passei a dar o maior valor ao cinema nacional. E senti muitas saudades suas.
Em dez anos eu senti saudades de ir à sua casa comer umbu verde com sal e ler a Capricho a quatro, seis, oito mãos e de fazer todos os testes. De ouvir você me acordando às 9 da manhã para relembrar a festa da noite passada, de decorar a agenda. De conversar sobre “aquela pessoa” nos Batentes, na frente da casa de Luiz do Clube, na Pracinha, no intervalo da aula, aos domingos à tarde. De te chamar de pricunhada, de fazer dupla com você nos treinos do volley, de criar gírias que só a nossa turma entendia e usá-las nos mais diferentes sentidos. De combinar a roupa que usaríamos à noite e de você passar aqui em casa antes de sairmos, por mais que isso fosse a maior contramão do mundo. De ter você perto de mim, de te chamar de amiga. De ouvir o seu sorriso constante, de ver os olhos apertados quando a gargalhada saía.
Você era engraçada, romântica, carismática, amável. Era uma disputada dançarina nos forrós. Era uma boa companhia para qualquer lugar, para estudar, para uma farra na casa alheia. Era organizada, criativa. Não havia problema que a abalasse, não havia coisa que não tentasse. Fazia tudo o que podia. Era exemplo de filha, de neta, de sobrinha, de prima, de amiga. Era incrivelmente compreensiva. Era de bem. Era de paz. Era uma melhor amiga, uma verdadeira irmã para tanta gente, que eu não sei como conseguia agradar a tantos. Era tão querida por tantos que eu só posso acreditar que não podia mesmo ser desse mundo. Queria tanto bem a tantos, que parecia conhecer o mundo todo. Era uma amiga de marca maior. E nós ainda tínhamos muitos sorrisos pra sorrir juntas.
Dez anos depois são inúmeras as fotos reveladas a encher os álbuns. As lembranças são infinitas. As lágrimas ainda insistem em cair. A saudade é imensa, por uma amizade ainda maior. E eu me limito a ficar imaginando como seria se você estivesse aqui.

Suzany Cecília da Silva Medeiros.
Junho, 2010.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Esperança.

Quando alguém decidir comentar isso aqui, será orgástico!
E eu me limito a ficar esperando...

(Risos)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Das Qualific.Ações.

Com uma dissertação capenga e em tempos de exame qualificação, fico aqui doidinha, relapsa, sem ir ao meu São Saruê. Da enorme saudade da minha [nossa] Terra, o balanço do ano que se passou, lá.



DAS QUALIFIC.AÇÕES

Caminhando, correndo, rindo, cantando, lendo.
Chorando
menos.

Deixando o cabelo crescer pra cortar curto.
Pensando em como ganhar dinheiro
E nos presentes que vou ter no Natal
E nos prazos.

E da inexistência amorosa
Um pseudo-namorado
Uns africanos
Uns contatos emiessienianos
Outros amigos novos, interessantes
Um povo que nunca quis, e um telefone chamando.

E na balança,
Menos seis quilos.
As vodcas que tomei
As músicas que eu dancei
Os filmes que eu vi
Os livros que eu li
As outras músicas que eu só ouvi.
As pessoas com quem falei
O perfume que derramei
O óleo que eu untei
As pernas que eu raspei.
Ah, e uma debilidade ficou pra trás.

E pra depois do ocaso
Os dentes que eu mostrei
As vezes que me espreguicei
Os olhos que eu fechei
Suspirei.
As lágrimas que derramei
As ondas que eu pulei
O vinho que respingou.
As madrugadas que eu estudei
As discussões que não vieram
As dúvidas que eu tirei
As piadas que eu contei
As histórias que eu lembrei.
As roupas que mudei
Os banhos que eu tomei
As folhas que eu rasguei
As páginas que eu virei
As unhas que eu pintei
As bobagens que eu não me importei.

E pra não ferir.
Feliz.

De Cecília.




16 de dezembro de 2009.
3:56.


Foi um bom ano. Já esse... Termina! Termina!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pra minha boca grande.

Um texto antigo, quando eu ainda não viajava a São Saruê. Ia quase lá: até o Jardim dos Caicós.



Numa rua colorida, de casas geminadas, existe uma casinha branca, meio sem graça, mas de janelas redondas. Lá moram Gertrudes e Damião, um casal de irmãos velhinhos, quase com 80 anos cada. Ela, que nunca se casou, vive ali desde que nasceu; ele só voltou àquela casa, há 6 anos, quando sua mulher Anita morreu, e seus filhos Joselito e Ricardina casaram e foram morar longe. A vida dos dois era tão sem graça quanto a casa que moravam. Dormiam, comiam, assistiam TV e, de novo dormiam, comiam e assistiam TV. Pouco falavam. Até mesmo das Neves, faxineira e cozinheira deles, nunca tinha ouvido as suas vozes. Apenas uma vez ao mês saíam de casa para irem à Agência Bancária receber as suas aposentadorias. Todos os dias 17 de cada mês Damião vestia seu terno azul turquesa, pegava seu chapéu violeta, e as chaves do seu Mustang verde abacate, abria os portões brancos da garagem, tirava-o, estacionava-o na frente de sua casa para esperar Gertrudes. Ela, de repente saía pela porta, com seu vestido amarelo sol, com floresinhas laranja bordadas na barra, sua bolsa lilás na mão e entrava no carro. Isso acontecia sem falarem uma palavra. Quando voltavam do Banco, faziam seus pagamentos e só. Recomeçavam as boas e velhas vidinhas sem graça de novo.


Suzany Cecília da Silva Medeiros
01/07/2004
Álgebra I
Ceres - Jardim dos Caicós.



Pra eu aprender a ficar caladinha.
tsc.tsc.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Das lembranças que eu trago na vida..." RC

Texto [muito] antigo. Mas vale a pena postar.
É uma questão de... de... De solidão(?).

Vamos lá, então!

Ao fim da tarde foi pegar o ônibus para ir à aula. Tinha uma visão privilegiada da lua, redonda, dourada, ali à sua frente, mas não havia sequer notado, até que uma senhora passou e comentou: “Até esperar fica bom, olhando para essa lua”. Aí notou: como era bonita!
Depois da aula, pegou o ônibus para voltar para casa. Como sempre, conversou, riu e aquietou-se para esperar a viagem passar. Colocaram um CD no aparelho de som do ônibus. Era bom som, mas não agradava àquela hora. Pegou o walkman na bolsa, colocou os fones no ouvido, os dois, embora preferisse apenas um. Conversou mais um pouco, e deu PLAY! O cassete começou a girar e, aos poucos, o som chegou aos seus ouvidos. A voz era pra ser de Djavan. Quem sabe, cantando “meu bem querer é segredo é sagrado...” (essa era a música dele que menos gostava). Mas não era. Não mesmo. Aumentou o som do aparelhinho, todo enfeitado por adesivos do Smilingüido, e ouviu atenciosamente, ansiosamente a voz dele estridente, contente.
A voz dizia: “tem certeza que quer ouvir isso?”. Parou, voltou para ouvir direito. De primeira, sentiu dúvida de quem fosse, quase não reconheceu a voz. Mas era ele, era a voz dele, a que ela não ouvia há muito.
Mas não dizia só isso. Havia também uma frase muito conhecida dela: “This is a fouty-four Magnum”. Dessa parte ela gostou, lembrou, riu, sentiu saudades de falar com ele, àquela hora, ao telefone. Era a bendita frase dos filmes de Dirty Harry. É. Dele mesmo: o atirador de Magnum .44.
Ainda havia algumas coisas gravadas, ouviu. E continuou a ouvir, mas parou o som da gravação dele. Não era para ela, mas era ele. Insistentemente, inconscientemente, sempre presente. “... meu encanto tô sofrendo tanto”. Djavan começou a cantar, e cantou, acalmou, abraçou o coração partido, saudoso, dengoso.
O ônibus parou, saltou. Percorreu o trajeto até a sua casa, a ladeira, desceu. Pensava como aquilo era, ainda, sublime para ela, mas só para ela. Em casa, comeu pastéis com Fanta sem gás. Dormiu, acordou. Saiu e viu: a lua. Ainda estava ali, no céu. Redonda, dourada, quieta, calada. Mas dessa vez notou, olhou, admirou, sorriu. Como era bonita: a lua.

Suzany Cecília
02.07.2004.


E aí? Seria verdade? ^^

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dia de música.

Hoje, na volta pra casa, apenas uma música tocou durante as quase 4 horas de viagem.

"O que eu não sou" é uma composição de Isadora Medella. Na ocasião, interpretada por Chicas, grupo vocal formado por quatro vozes femininas incríveis [se não as conhece - Amora Pera, Fernanda Gonzaga, Isadora Medella e Paula Leal - é bom ir atrás. Recomendo. Ah, e vou logo advertindo: vicia!], de quem sou admiradora [pra não dizer: por quem sou fanática] e ouço o cd todo santo dia. E nos dias pagãos também.

Bem, já que comecei... Conheci Chicas em um dos incríveis shows do Projeto Seis e Meia (TAM, capengando, toda terça-feira] que tive a satisfação de aplaudir. Apesar de não conhecê-las esperava uma apresentação tímida de música popular brasileira. Mas que nada, como diria Jair Rodrigues! Elas, as quatro, entraram no palco cantando Divino e Maravilhoso [sim, do Caetano] divinamente e maravilhosamente, surpreendendo as minhas expectativas já aos 10 segundos de música. Depois disso foi só arregalar bem os olhos e abrir mais ainda os ouvidos! Vozes lindas, vários timbres. O palco coberto por instrumentos musicais variados, que iam de violões a canos de pvc sanfonados (?). Todas cantam e tocam. Tocam tudo o que veem pela frente. Durante o show, era impossível [sim, impossível] olhar pra elas de uma vez só. E olhar pra uma de cada vez, era perder o que a outra estava tocando, interpretanto. Parece confuso? Mas era. Aliás é [lançaram um DVD ano passado: Em tempos de crise nasceu a canção]. É só assistir ao DVD: a sensação é a mesma. Mas não vou contar tudo não... Confiem, a melhor confusão musical da minha vida!

Agora, a música né? rs. Tchan-ram!!!!!!


O QUE EU NÃO SOU

Eu não sou poeta nem quero ser
A canção eu fiz pra sobreviver
Coração aperta, canto pra respirar
Toco minha viola pra poder sonhar

Eu não quero nada que faz doer
Quero amar o mundo, quero amar você
Quando você não está
Eu vou tocar tambor
Extraviar no pulso toda a minha dor

Um dia o amor acaba
Invade a dor deságua
Transborda minha alma
Vazia está agora

Eu não sou maluca nem quero ser
Mas a noite passa
E eu não vou dormir
As flores me agradam
Tentam me colorir
Toco uma toada pra poder te ouvir

Eu não sou ateu nem quero ser
Deus te abençoe rezo por você
Eu vou tocar a flauta pra me despedir
De longe minha alma vai velar por ti

[CLAP!CLAP!CLAP!]
[CLAP!CLAP!CLAP!]
[CLAP!CLAP!CLAP!]

terça-feira, 13 de abril de 2010

E na inauguração...

Estreia.sf. 1. O primeiro uso que se faz de uma coisa. 2. Fato que marca o início de uma série de acontecimentos de certa importância. 3. A primeira vez que o artista (ator, músico, bailarino, etc.) ou um conjunto se apresenta ao público. 4. A primeira obra de um escritor, de um artista ou de um cientista. 5. A abertura de um estabelecimento de recreio ou de utilidade; inauguração, fundação.

Era preciso estrear com o pulso forte e o coração tranquilo. Sendo assim...

Falar de falta de tempo pode parecer repetitivo, mas não quero ter outro argumento. Fui vencida pelo cansaço. Hoje viajo à Terra de São Saruê pra virar menina. Uma moleca de pé no chão, a correr entre os pés de água; pés molhados, melados por uma lama de água e rapadura. Docinha...
A seguir uns versinhos, novinhos que só eu.



Farei mudança de vida.
Sem preocupação
ser menina
na roda gigante
ver a terra lá de cima.

Quando o tempo fechar
Banho de chuva
embaixo da bica.

Quando o sol aparecer
Carreira na rua
Pipa no céu
Um lençol vai ser a capa
Um jornal o chapéu.


Olhar pra lua
Me encantar
Virar mulher
Sair, dançar.


Cecília.


Como diria Vander Lee, "...viver menino, morrer poeta."
É o que eu tenho pra hoje.