quarta-feira, 19 de maio de 2010

Esperança.

Quando alguém decidir comentar isso aqui, será orgástico!
E eu me limito a ficar esperando...

(Risos)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Das Qualific.Ações.

Com uma dissertação capenga e em tempos de exame qualificação, fico aqui doidinha, relapsa, sem ir ao meu São Saruê. Da enorme saudade da minha [nossa] Terra, o balanço do ano que se passou, lá.



DAS QUALIFIC.AÇÕES

Caminhando, correndo, rindo, cantando, lendo.
Chorando
menos.

Deixando o cabelo crescer pra cortar curto.
Pensando em como ganhar dinheiro
E nos presentes que vou ter no Natal
E nos prazos.

E da inexistência amorosa
Um pseudo-namorado
Uns africanos
Uns contatos emiessienianos
Outros amigos novos, interessantes
Um povo que nunca quis, e um telefone chamando.

E na balança,
Menos seis quilos.
As vodcas que tomei
As músicas que eu dancei
Os filmes que eu vi
Os livros que eu li
As outras músicas que eu só ouvi.
As pessoas com quem falei
O perfume que derramei
O óleo que eu untei
As pernas que eu raspei.
Ah, e uma debilidade ficou pra trás.

E pra depois do ocaso
Os dentes que eu mostrei
As vezes que me espreguicei
Os olhos que eu fechei
Suspirei.
As lágrimas que derramei
As ondas que eu pulei
O vinho que respingou.
As madrugadas que eu estudei
As discussões que não vieram
As dúvidas que eu tirei
As piadas que eu contei
As histórias que eu lembrei.
As roupas que mudei
Os banhos que eu tomei
As folhas que eu rasguei
As páginas que eu virei
As unhas que eu pintei
As bobagens que eu não me importei.

E pra não ferir.
Feliz.

De Cecília.




16 de dezembro de 2009.
3:56.


Foi um bom ano. Já esse... Termina! Termina!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pra minha boca grande.

Um texto antigo, quando eu ainda não viajava a São Saruê. Ia quase lá: até o Jardim dos Caicós.



Numa rua colorida, de casas geminadas, existe uma casinha branca, meio sem graça, mas de janelas redondas. Lá moram Gertrudes e Damião, um casal de irmãos velhinhos, quase com 80 anos cada. Ela, que nunca se casou, vive ali desde que nasceu; ele só voltou àquela casa, há 6 anos, quando sua mulher Anita morreu, e seus filhos Joselito e Ricardina casaram e foram morar longe. A vida dos dois era tão sem graça quanto a casa que moravam. Dormiam, comiam, assistiam TV e, de novo dormiam, comiam e assistiam TV. Pouco falavam. Até mesmo das Neves, faxineira e cozinheira deles, nunca tinha ouvido as suas vozes. Apenas uma vez ao mês saíam de casa para irem à Agência Bancária receber as suas aposentadorias. Todos os dias 17 de cada mês Damião vestia seu terno azul turquesa, pegava seu chapéu violeta, e as chaves do seu Mustang verde abacate, abria os portões brancos da garagem, tirava-o, estacionava-o na frente de sua casa para esperar Gertrudes. Ela, de repente saía pela porta, com seu vestido amarelo sol, com floresinhas laranja bordadas na barra, sua bolsa lilás na mão e entrava no carro. Isso acontecia sem falarem uma palavra. Quando voltavam do Banco, faziam seus pagamentos e só. Recomeçavam as boas e velhas vidinhas sem graça de novo.


Suzany Cecília da Silva Medeiros
01/07/2004
Álgebra I
Ceres - Jardim dos Caicós.



Pra eu aprender a ficar caladinha.
tsc.tsc.