terça-feira, 26 de julho de 2011

Manutenção nas terras do Santo.

Estive ausente. Sei.
Me perdi entre compassos, réguas. Fiz círculos. Tangenciei A Terra de São Saruê para matê-la sempre a vista. Voltei.


Do olhar que vigiava, da simpatia oferecida, das palavras prestativas, fez-se o entrelaçamento das mãos. Os primeiros telefonemas desencontrados, os diálogos um tanto vagos, uma brisa fria de mar e as mesmas mãos dadas, novamente. Então, sem mesmo notar, as conversas se fizeram longas, os telefonemas frequentes, a vontade presente, a troca de carinho constante, o zelo irretocável, a companhia cativante. Mesmo sem a caução da convivência, os muros caíram e as redes de proteção foram dispensadas. Foi armado um acampamento no coração, sem previsão de desarme, de deixá-lo, de partida. Com a intuição como guia, com os verbos conjugados apenas no presente, sem planos, sem pretensões. Das músicas surpreendentemente cantaroladas, da maciez do toque, das palavras ao pé do ouvido, das risadas simultâneas e espontâneas, as horas agora passam mais rápido, as madrugadas são curtas, o tempo é sempre pouco. Porque não é obrigação, mas querer. As constatações são claras, a empatia é reconhecimento. Mesmo sem o abraço apertado, conforto. Mesmo à distância, presença. Mesmo sem olho no olho, admiração. A percepção é de que há tempo certo para todas as coisas e a permissão é pra deixar entrar, se estabelecer, se deixar levar. O pressentimento é que de há muita coisa boa por vir. E até lá, tudo será um vislumbre, uma expectativa, uma esperança. Grata surpresa. Leve, descontraída, como a vida exige, como a vida aceita.
Entre, D. Surpresa, e pode tomar assento!


Suzany Cecília da Silva Medeiros
Novembro/2010

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